Pesquisa personalizada

domingo, 20 de março de 2011

Avaliação NA – Kia Soul 2 – Impressões do interior e qualidade de acabamento


Como mencionamos anteriormente, o acabamento do Kia Soul é diferente e inferior ao do Cerato. Apesar de continuar com uma ótima qualidade de montagem e encaixe das peças (que não fazem barulhos e não ficam soltas), o acabamento do Soul é bem mais simples. Em locais onde estão presentes tecido e material macio no Cerato, em se tratando de forro das portas e superfície do painel, o modelo mais alto tem apenas plástico rígido, ora liso ora cheio de pequenas bolinhas que formam uma textura.

Esta textura é bem agradável ao toque, mas como é possível notar em algumas das fotos do painel, ela também colabora para a dificuldade na hora de retirar sujeira ou marcas mais profundas. No painel e no volante, temos uma combinação entre preto e uma espécie de cinza escuro puxado para o cinza/marrom, de bom gosto. A diferença para o Cerato fica por conta da parte superior do painel, que no sedã é macia e bem mais interessante ao toque.

O quadro de instrumentos é parecido, bonito, mas infelizmente falta ao Kia Soul alguns equipamentos existentes no Cerato de mesma faixa de preço, como computador de bordo por exemplo. Também seria interessante um piloto automático. As saídas de ar do painel não se inclinam para cima. Seu curso termina quando elas estão voltadas para a frente, o que impossibilita que você jogue ar para cima através delas, tendo de optar pela saída de ar junto ao parabrisa.

Se por um lado o painel consegue disfarçar que é feito de um material simples, o acabamento interno das portas não se importa com isso. Olhando para ele, parece que você está olhando para um modelo popular, sem exageros. Mais uma vez o encaixe é ótimo, mas o plástico é simples ao extremo. Isso talvez seja explicado pela proposta do Soul, que é a de ser um veículo versátil, útil para idas ao campo, até a praia, etc, onde as pessoas sujam muito o interior do carro e então acaba sendo necessário um plástico simples ao invés de tecido, para não absorver a sujeira. Mas infelizmente a proposta do modelo parece também a de ser um carro caro e simples demais. Talvez o alto valor do jogo de rodas e pneus de 18 polegadas não tenha deixado espaço para investimento em outras áreas.


Quando anunciamos aqui no NA que faríamos logo em seguida a avaliação do Kia Soul, comentamos sobre os vários pontos levantados por nossos leitores a respeito do Citroen Aircross, sobre ele ser caro demais. Mas fazendo uma comparação entre o Aircross e o Soul, nota-se que o francês até que tinha um bom nível de equipamento, na faixa de preço dos dois, de 65.000 reais. O Soul não conta com bancos em couro, sensor de chuva, piloto automático ou computador de bordo, o que já seria responsável por uns 2.500 reais em equipamento.

Por outro lado o Soul apresenta as já citadas rodas de 18 polegadas, que em termos de visual sem dúvida são matadoras. E ele também traz de série (nesta versão mais cara) a câmera traseira de estacionamento, que é bem útil. A princípio, é complicado usar a câmera, pois como ela é apontada para baixo, dá a impressão de que você vai acabar batendo no carro de trás, pois o Soul nunca chega perto do mesmo. Mas com o passar de apenas alguns dias, você pega o jeito. O acabamento dos bancos é em tecido mesmo, mas eles são largos e acomodam bem o corpo, afinal, o Soul também é vendido nos EUA, onde bancos maiores são uma exigência. O banco do motorista conta com regulagem de altura, assim como a coluna de direção, e a posição de dirigir é muito boa.

Comparando mais uma vez com o Cerato (e sua ótima relação custo/benefício), o Kia Soul não conta também com o ar-condicionado digital, e apesar de a parte central do painel dos dois ser muito parecida uma com a outra, o Soul não tem detalhes cromados nos botões, algo simples que poderia enriquecer bastante o visual de sua cabine. O Soul tem vários porta-objetos no console central, ali perto da alavanca do câmbio automático, câmbio este que – com suas quatro marchas – sacrifica bastante o motor 1.6 16v de 126 cavalos. Mesmo depois de o Cerato passar a ser equipado com o câmbio manual e automático de seis marchas, o Soul continuou com o esquema anterior, de cinco relações no câmbio manual e quatro no automático. Mais uma área onde o Soul não chega nem perto das vantagens da compra de um Cerato.

O banco traseiro tem um ótimo espaço para os dois ou três ocupantes que forem ali. Cabe tranquilamente uma pessoa com quase dois metros de altura que os joelhos não batem no banco da frente e a cabeça não tem de ser abaixada para desviar do teto. Dois detalhes que achamos que poderiam estar presentes no Kia Soul são os descansa-braço dianteiro e traseiro. E o porta-malas de 340 litros surpreendentemente não conta com tampão. Pode? Pensamos que a unidade que testamos estava sem, mas é assim mesmo.

Fora isso, é de se estranhar novamente o acabamento vermelho vivo do interior do porta-objetos do centro do painel e também do interior do porta-luvas. Meio esquisito, levando-se em conta o gosto do brasileiro. Um aspecto que o Kia Soul tem que geralmente não é encontrado em outros modelos é o limpador traseiro com duas velocidades, intermitente e contínuo.

De um modo geral, apesar das falhas na qualidade de acabamento e também nos itens de série, que são escassos, o Kia Soul é um modelo gostoso de dirigir, tanto na cidade quanto na estrada. Talvez com rodas de 16 polegadas ele seja mais confortável. Entraremos em detalhes sobre isso nas próximas matérias.
Fonte: NA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails