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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Optima chega como algoz do Sonata


Atualmente, a Kia Motors conta com uma das maiores ofertas de carros entre as importadoras que atuam no Brasil. A marca sul-coreana tem um player para cada segmento, desde os carros de entrada como o Picanto, até os sedãs de luxo, como o Cadenza. Agora, para suprir a brecha entre os três volumes grandes, o Optima começa a ser vendido em nosso país. Com a versão mais barata partindo de R$ 96.900 e a mais cara chegando a R$ 105.900, a fabricante tem uma dura missão: vender 3.200 unidades até o final de 2012. Uma média de 400 carros por mês e uma fatia de 10% do segmento.


Pois é, a expectativa da Kia é alta. Principalmente levando em consideração o preço do sedã que, apesar de competitivo, está salgado – como quase todos os carros no Brasil. Mas, isso pode ficar pior para a marca. O presidente da Kia Motors, José Luiz Gandini, admitiu a instabilidade no valor do Optima. “Esperamos manter este preço por um bom tempo. Porém, se o dólar subir, os valores serão revistos”, lamentou Gandini.


Fora a flutuação da moeda norte americana, Gandini não deixou de criticar as novas medidas do governo com relação ao IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). “O Optima já estava pronto para ser lançado no final de 2011, mas tivemos que adiar devido aos problemas com os impostos de importação”. Azar da Kia e sorte da Hyundai, que conseguiu emplacar 7.758 unidades do Sonata ano passado.


Falando nisso, este certamente será um dos principais concorrentes da novidade no Brasil. O Sonata, além de compartilhar o mesmo motor Theta II e algumas outras peças estruturais (como longarinas e suspensões), torna-se – juntamente com o Optima – uma das escolhas mais modernas e racionais do segmento atualmente.

Você pode até pensar no Ford Fusion 2.5, mas ele mudará em breve, ou no Volkswagen Passat, que é R$ 9.800 mais caro que o sedã da Kia. Fora eles sobram os sedãs médios de luxo, como BMW 320i e Mercedes-Benz C180 que são ótimos carros, sem dúvida, mas suas versões de entrada vêm “peladas” demais para o valor cobrado, e torna-se uma questão de colocar na balança um produto completo e um símbolo sobre o capô do carro.

A Kia optou por trazer 60% das unidades do Optima na versão mais barata e 40% na top de linha, com teto solar panorâmico, chave smart key e faróis de xenônio. Porém, uma ausência deve ser citada: nenhuma versão do sedã traz GPS integrado e sistema de som com Bluetooth. Aliás, esta é uma tecnologia pouco encontrada em toda gama da fabricante. Segundo a Kia, um novo sistema interativo com estas funções está em processo de homologação e deve chegar ao Brasil em 90 dias. O valor cobrado pelas mudanças não foi divulgado.

Visual à parte

A Kia insistiu em bater na tecla que o Optima é mais moderno, bonito, esportivo e descolado do que todos concorrentes. Talvez todos esses adjetivos possam variar de olhar para olhar, mas uma conclusão pode ser tirada: esta é mais uma bela criação do chefe de design da Kia, Peter Schreyer, que já passou por fabricantes como a Audi e criou os primeiros TT e A3.

As linhas bem resolvidas e a cintura alta do sedã transmitem um ar bastante jovial, assim como os vincos laterais bastante pronunciados, os faróis (principalmente equipados com xenônio) que levam linhas agressivas, e as lanternas dotadas de LED. As rodas de liga leve de 18 polegadas também aumentam o grau de esportividade do Optima. Mas, acredite, todo esse arrojo fica apenas no desenho do carro.

Ao volante ele é bom, nada de “óptimo”

As imagens não mentem. A Kia realmente conseguiu fabricar um sedã com ótimo acabamento e um visual que se encaixa bem entre um carro executivo e um esportivo. Mas, não se deixe levar pelas linhas arrojadas do Optima. É bem verdade que o motor Theta II de 2.4 litros e 16 válvulas tem um desempenho bom. Mas é isso. Quer se sentir um piloto? Os paddle shifts podem passar essa sensação na hora de reduzir as marchas da transmissão automática de 6 velocidades. Os 180 cv e os 23,6 kgfm de torque cumprem bem seu papel, o carro tem um desempenho aceitável na estrada (onde foram feitas as avaliações) e nada mais.

Na verdade, o Optima conta com um motor V6 utilizado nos Estados Unidos, que seria perfeito para o carro e conseguiria passar todo a esportividade depositada no design do sedã. Porém, este modelo é inviável para terras tupiniquins. Então, não se assuste caso perceba que a versão brasileira é mais dócil e comportada do que aparenta com aquela cara de brava. A alma de "tiozão" não morreu.

O volante pequeno também proporciona um arrojo à cabine que, por sinal, esbanja espaço, graças ao entre-eixos de 2,79 m. Este, por sua vez, faz com que passageiros de 1,87 m de altura (medida do repórter que aqui vos fala) viagem de forma mais do que espaçosa nos bancos de trás. E para o motorista manter a “barca” de 4,84 m de comprimento na linha não é difícil, principalmente com o controle de estabilidade ligado (ele pode ser desligado por meio de um botão no painel).

Mesmo com todo este conforto, o Optima sofre com erros sutis que devem ser levado em consideração. Sabe aquele som irritante do pneu rolando no asfalto? Pois é, prepare-se para se acostumar com ele. Talvez pelo perfil baixo, talvez pelas rodas largas, a explicação fica a gosto do cliente, mas não há dúvida que o sedã poderia ser muito mais silencioso.

Para quem vai utilizar o Optima na cidade, a direção hidráulica progressiva e a câmera de ré ajudam em todas as situações. A Kia também oferece em todas as versões o Eco System que, ao ser acionado, otimiza a operação do conjunto motriz e regula a utilização do ar-condicionado, tudo para manter um baixo consumo de combustível (este dado não foi divulgado pela marca).

Apesar dos sons excessivos na cabine, o Kia Optima cumpre bem o papel de sedã grande. Ele é espaçoso, tem um bom porta-malas de 437 litros, um motor que não sofrerá nenhum pouco na cidade, é honesto para as estradas e tem espaço de sobra para cinco pessoas. No mais, ele vale a pena e torna-se questão de gosto escolher entre Kia Optima e Hyundai Sonata. Mas, cá entre nós? Se puder, espere os 90 dias para ter o GPS e, claro, para ver o novo Ford Fusion.

Futuro incerto

Durante a apresentação do Optima, José Luiz Gandini confirmou a chegada da versão híbrida do sedã. Segundo o presidente da Kia, o carro poderá surgir no Salão do Automóvel de São Paulo e deve chegar ao mercado nacional no próximo semestre. "Não podemos antecipar nenhuma base de preço", afirmou Gandini sobre o valor do modelo. Atualmente, a Ford vende o Fusion Hybrid por R$ 133.900.

Outro carro que está na boca do povo é o Kia Rio. Este poderia ser um grande concorrente para Ford New Fiesta Hatch, Volkswagen Polo e Fiat Punto mas, mais uma vez o Brasil terá que esperar. Gandini informou que o carro já está homologado para o mercado nacional com um motor movido a gasolina, porém não há volume de produção para trazê-lo. Uma pena.
Fonte: iGCarros

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